I) Batman: Ashes to Ashes
Foi em 2006. Julien Mokrani e Samuel Bodin – dois fãs de Batman – resolvem renunciar ao formato comercial de filmes que o Homem Morcego ganhara até então. A idéia? Colocar o universo Batman em um ambiente à la Sin City. O fan-film Ashes to Ashes (algo como Cinzas à Cinzas) elucide-nos justamente à isso: Um universo sombrio, macabro e doentio digno das histórias mais memoráveis do personagem. O que melhor que o preto, branco e vermelho para representar tal idéia? O visual é surpreendente para um filme independente. Muito bem produzido, com figurino impecável e ritmo envolvente. Nele são apresentados vilões como o Pinguim (que por sinal está perfeito), o Coringa (que não chega a empolgar, graças à performance de Heath Leadger neste último longa) e o surgimento da Arlequina.
Neste curta, Batman não é apresentado como personagem principal, como estamos acostumados. A trama se desenvolve em torno de um bandido e suas ações. É interessante observar como o Homem Morcego é caracterizado e apresentado: À vista do bandido, Batman é quase um monstro, e é exatamente assim que vemos o herói neste curta francês.
O filme, que tem duração de quase 18 minutos, foi gravado em apenas 13 dias, apesar de ter passado mais dois anos (entre 2006 e 2008) em pós-produção. Foi exibido pela primeira vez no Canto dos Curtas do Festival de Cannes, neste ano.
O Batman de Mokrani e Bodin é diferente de qualquer coisa já feita: Fala francês, possui barba e se comporta como um animal possuído e sedento por vingança. O enredo, centrado no chefe do bando, conhecido como Eddy, conta a história de um grupo de assaltantes que invade a mansão Wayne e acaba por assassinar o mordomo Alfred.
“1938. Impulsionados por diferentes razões essenciais, Eddy, Charles e Sergio decidem invadir a mais poderosa mansão da cidade. Mas a construção possui um mordomo disposto à interceptá-los. O sangue é derramado. Os três improvisados assassinos estão em fuga, as mãos cobertas de sangue, mas pelo menos eles conseguiram o que pretendiam. Por três semanas um intenso e irreal soluço ecoa dos telhados. Nesta cidade corrompida pela violência, três gangsters novatos começam sua ascensão no mundo do crime. No entanto, uma vingativa sombra está à caçá-los.”
II) Batman: Dead End
Inspirado nos crossovers Batman/Aliens e Batman vs Predador, este curta lançado em 2003 e premiado na San Diego Comic Con conta a história de um suposto encontro do Alien, Batman e Predador. Foi feito por Sandy Collora com um orçamento de US$ 30.000. O enredo inicia com um encontro do Batman com o recém fugitivo Coringa. Eles fazem o único diálogo do curta. Aqui nos deparamos com uma das frases mais famosas do Coringa. O palhaço do crime diz à seu eterno inimigo, entre risadas de loucura: “Você me criou”. A ação começa para valer quando surge o Alien no meio da história, nocauteando o Coringa. Em seguida o Batman já se vê em uma luta contra o Predador. É exatamente assim, tudo acontece muito rápido, em uma briga intensa entre as criaturas e o herói mascarado.
O filme foi super elogiado por nomes importantes dos quadrinhos, como Kevin Smith. Smith disse: “Talvez seja o melhor filme de Batman já feito.” E Alex Ross: “O Batman de um jeito que eu sempre quis ver”.
O curta tem duração de oito minutos e nos mostra um Batman que eu particularmente gostaria muito de ver nas telonas: Sem armadura, muito focado e um tanto sombrio. O figurino é talvez o grande protagonista do filme. Alien e o Predador, que possuem design extremamente particular, foram muito bem representados. Destaque também para o Coringa que muito se assemelha ao de Bolland em “A Piada Mortal”.
Se você curte cenas de ação e um dia sonhou em ver estes crossovers citados anteriormente virarem filme, certamente vai gostar. É extremamente recomendado à qualquer um que se diz fã do Cavaleiro da Trevas. Abaixo você confere o curta na íntegra:
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Vida longa ao Homem Morcego!